quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Grampos e o Estado Policial

Olha, não vai ser hoje que vou me estender sobre a Operação Satiagraha. Só digo que sigo acompanhando e nas últimas semanas a coisa parece que tem andado melhor. O relatório do Saadi, embora de certa forma parcial, e algumas decisões do Juiz De Sanctis e encaminhamentos do Procurador De Grandis estão no caminho correto.

O que me chamou a atenção recentemente foram as divulgações, vazadas, dos diálogos da família Sarney interceptados com autorização judicial. Pelo Estado de São Paulo. Mas ora, onde foram parar os defensores do Estado de Direito, aqueles que temem o Estado Policial, os que acusam a República do Grampo, a OAB, os criminalistas do colarinho branco, o nobre Presidente do STF e tantas outras figurinhas? Onde está a investigação sobre o vazamento?

Longe de mim a proibição do digníssimo Desembargador Dácio. Se vazou amigo, vazou. Ainda que essa prática seja crime, a imprensa vai lá e publica, o que queriam? Lógico que o crime é cometido em dobradinha: o cara vaza determinado trecho que atende ao seu interesse e ao do veículo do jornalista. Mas proibir a publicação não é o melhor caminho, ainda mais que a decisão vem de um amiguinho do Sarney. E as conversas, hein, ex-Presidente, não eram bem assim, digamos, republicanas, embora tratassem de prática bastante comum em Brasília,infelizmente, como todos os jornalistas sabem. Mas os pesos e as medidas não batem aqui e ali, assim fica tudo muito escancarado.

Outro dia também, quem sabe, falo um pouco desse caso do Sarney. Subitamente, descobriram tudo sobre ele. E lá se vão os defensores da ética e da moral. Registro apenas que, além de todo seu passado, o homem foi Presidente do Senado de 1995 a 1997. Hmmmmm. E, se não me engano, hehee, o PSDB estava prontinho, em janeiro desse ano, para fechar com ele na Presidência do Senado quando o outro candidato era o Tião Viana (PT-AC). Hmmmmmmmmm

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