Esse blog realmente está muito sério, pesado. Estou me expondo, correndo algum risco dados os temas e a forma solta com que os tenho abordado. O pessoal no Itamaraty não costuma botar a cara para fora assim não. Paciência. Sinto que é um caminho sem volta.
Vamos ao cinema. Olha, devo ter uns 150-200 filmes em casa. Montei um mini-cineminha, com telão e o caramba. Eu adoro, especialmente os clássicos, filmes antigos, as obras-primas, o neo-realismo italiano, cinema nacional, documentários e etcétera etcétera e tal. Várias coisas. Não me agrada o cinema comercial de hollywood, mas não vejo problema em assistir algo, sem radicalismos. Também não sou daqueles que sabe tudo sobre cinema iraniano, se é que me entendem. Na verdade, não sei nada.
Enfim, vamos ao ponto. Já que é para falar de cinema, vamos começar com o que há de melhor, mais humano e belo, creio que a obra emocionalmente mais forte que já vi. A Trilogia de Apu, de Satyajit Ray, também conhecida como Trilogia da Vida. Não penso que seja o melhor pela cena A ou B, mas pelo conjunto da obra, a história, o nascimento, a vida, as dificuldades, dúvidas, angústias, escolhas, o destino, o imponderável, as circunstâncias, a saudade, a tristeza, a alegria e o amor. E a trilha sonora de Ravi Shankar. As imagens. A fotografia.
Satyajit Ray é considerado o maior mestre do cinema indiano, um dos grandes cineastas do Século XX. Copio agora dois parágrafos da wikipédia, mãe dos burros e preguiçosos.
Satyajit Ray (Bengali: সত্যজিৎ রায়) (2 de maio de 1921 – 23 de abril de 1992) foi um cineasta indiano que é lembrado por muitos como um dos grandes diretores do cinema do século XX. Nasceu na cidade de Calcutá, numa família proeminente no mundo das artes e letras. Começando sua carreira como artista comercial, Ray foi levado ao mundo do cinema após se encontrar com o cineasta francês Jean Renoir e assistir ao filme neorealista italiano Ladri di biciclette, durante uma visita a Londres.
Um cineasta prolífico e versátil, Ray dirigiu 37 filmes, incluindo filmes, documentários e curtas. O primeiro filme de Ray, Pather Panchali, ganhou 11 prêmios internacionais, incluindo "Melhor documentário humano" no Festival de Cannes. Junto de Aparajito e Apur Sansar, o filme forma a "trilogia Apu", vista por muitos como o magnum opus de Ray. Ele trabalhou extensivamente em diversas funções, incluindo roteiro, elenco, trilha sonora, fotografia, direção de arte, edição e confecção de seu próprio material publicitário. Além de fazer filmes, ele foi um autor de ficções, editor, ilustrador, designer gráfico e crítico de cinema. Ray recebeu muitos prêmios importantes em sua carreira, incluindo um Óscar em reconhecimento ao seu trabalho em 1991.
Ladrões de Bicicleta que, consta, foi sua inspiração inicial para entrar no mundo do cinema, é outra obra humana, inesquecível, belíssima. Outro dia escrevo sobre isso. Jean Renoir, que o apresentou ao filme, tem uma obra cinematográfica clássica, A Grande Ilusão, acho que de 1937, homônima do livro de Norman Angell, publicado em meados de 1910. Não li o livro, confesso, mas sei que discorre sobre a futilidade da guerra. Coitado do autor, diplomata e político britânico. Nas décadas seguintes, presenciaria o desastre das Grandes Guerras. Morreu em 1967, ainda no auge da Guerra Fria.
Bom, voltando, para resumir, Satyajit Ray honrou os mestres dos quais tirou sua inspiração. Se você não conhece a Trilogia de Apu, vá correndo, procura, se vira. Se também não viu Ladrões de Bicicleta ou a Grande Ilusão, faça esse favor a si próprio. Se não gostar, pode me cobrar.
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Valeu pela dica, vou conferir!
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