segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Zebu na Dinamarca

Crise. Na economia, nas finanças, nos mecanismos de governança, no clima, etc... Como esperado, as negociações em Copenhaguen não deram em nada.

A batata quente ficou no colo dos EUA, em primeiríssimo lugar. A declaração final de Obama dizendo que haviam chegado a um "meaningful agreement" após uma reunião com Brasil, China, Índia e África do Sul, para depois sair correndo para Washington, não colou. Depois dos EUA, a bola ficou no colo da presidência dinamarquesa, da China e de nossa desprestigiada ONU, que realmente não vive um bom momento. (É preciso ressaltar, no entanto, que a ONU é o que os países membros desejam que ela seja. Ruim com ela, pior sem ela.)

Aqui, um artigo do Jeffrey Sachs descendo a lenha em Copenhaguen. "Two years of climate change negotiations have now ended in a farce in Copenhagen."

O Brasil ficou bem na foto, mas sabemos que é uma foto chata. Nossa diplomacia mais uma vez na linha de frente das negociações. A matriz energética brasileira, o anúncio de metas significativas e até eventual contribuição financeira nos colocam em posição confortável no triste "jogo das culpas". Abaixo o discurso final de um irritado Presidente Lula, de improviso, muito aplaudido, colocando alguns dedos em algumas feridas, especialmente a falta de compromisso dos países ricos, além de reconhecer a tragédia de se juntar os grandes líderes da humanidade, diante de um grave problema coletivo, e não se conseguir chegar a lugar algum. Na ausência de liderança no mundo que adentra 2010, o Presidente Lula, à vontade, ocupa cada vez mais espaços. Mas o panorama geral não permite otimismo, nem mesmo ao Brasil.

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