quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

CONFECOM

Começou ontem aqui em Brasilia a CONFECOM, 1a Conferência Nacional de Comunicação. As grandes conferências nacionais são espaços de discussão entre diversos setores sociais que buscam elaborar e implementar políticas públicas. Para tanto, são organizados debates, mapeados dissensos e, na medida do possível, construídos consensos.

Já foram realizadas várias nos últimos anos. Essa é particularmente importante, pois lida com um tema fundamental: os grandes meios de comunicação, concessões públicas, o acesso à informação, a qualidade da informação, a diversidade da informação. Informação é poder, sabemos todos. Na política, quase sempre o que importa é a versão, não o fato. Por isso, e pelo fato dos principais beneficiários das regras atuais (ou da ausência de regras) serem totalmente contrários a qualquer discussão sobre o tema, vemos a relevância do encontro. Trata-se, ampliando o horizonte, de uma discussão fundamental para a consolidação da democracia e do regime republicano.

Por alguns posts isolados, talvez nem tão frequentes quanto mereciam, está claro meu incômodo com a atual situação. Famílias perfazem oligopólios e forçam a barra, distorcem, agridem a inteligência, manipulam abertamente a informação em benefício de seus interesses econômicos-políticos. Eu creio que a coisa vem melhorando nos últimos anos, especialmente por causa da emergência da internet, que permite desmascarar com rapidez uma série de tramóias de alguns grandes grupos.

As próprias eleições de 2006 foram uma enorme derrota desse grupos. Eles jogaram pesado, pesadíssimo, na derrubada do Presidente Lula, mas ficaram com as mãos vazias. Prosseguem em seu intuito, atacam-no de todas as formas, mas estão bastante enfraquecidos. Caso a Dilma não vença, não será por causa da sordidez de certa cobertura jornalística, mas também por outros fatores.

Voltando, a internet é revolucionária. As empresas de telecomunicações querem entrar em TV a cabo e outras mídias, há uma mistureba, isso é bom, coloca concorrência, internet, blogs, TV aberta, TV a cabo, rádios, rádios comunitárias, universalização da banda larga, telecomunicações, etc... Portanto a Confecom também é boa por causa do momento, uma virada tecnológica, convergência, ampliação dos meios de produção e de consumo de informações, tirando-as do controle de famílias com pouco ou nenhum compromisso com a nação e o bem-estar da população brasileira.

Por fim, link para uma entrevista de um estudioso e aqui o site da Conferência. Vamos ver no que vai dar.

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