A reforma da regulação financeira proposta por Obama passou na sexta-feira na Câmara. Não é nada excepcionalmente arrojado, mas é um avanço que vai no sentido correto. Vamos ver o que acontecerá no Senado, onde tudo será mais difícil. O lobby dos bancos gastou, estima-se, uns US$ 360 milhões batalhando "contra tudo isso aí". Sem contar o financiamento às campanhas dos distintos legisladores. Lá e aqui, por todo o mundo.
Esse negócio do "self-regulation" é maravilhoso, quem não quer uma dessas? Para fazer o link com os posts abaixo sobre a Confecom, noto que é curioso que o argumento dos grandes e tradicionais grupos de comunicação no Brasil é o mesmo. "Regulação? Isso é cerceamento da liberdade de expressão? O Estado de Direito está em risco". No caso dos financistas, vamos supor, ao invés de Estado de Direito eles citariam o desenvolvimento, pois a inovação financeira (picaretagem com o dinheiro alheio) seria uma das condições para a plena libertação do potencial de crescimento das economias e blablabla...
Na semana passada também, os Ministros das Finanças europeus declararam-se favoráveis ao estabelecimento de taxas sobre os fluxos financeiros internacionais. Ohhhh, dirão os sábios do mercado, mas isso é uma heresia, como assim??? Pois é, os gênios PHDs das universidades norte-americanas que se tornam bilionários enquanto quebram o mundo fiam-se nas posições de Geithner e talvez do Japão para segurar o avanço dessa proposta, mas a bola ainda está rolando, tem jogo pela frente. A posição brasileira é a de observadora interessada, sem no entanto propugnar nem forçar a barra.
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