Está mesmo difícil voltar a postar. Desta vez não pela circulação, nem pela mente, mas pelo trabalho que voltou a me exigir bastante. Após um tempinho pegando o ritmo, o ritmo me pegou e tenho lido e escrito muitas coisas. Mesmo no feriadão, cá estou lendo uma série de coisas, organizando idéias, rascunhando, tabelas, resumos, textos, discursos.
Gosto muito do meu trabalho. É uma honra cuidar dos assuntos que acompanho, em particular nesse momento de transformação internacional.
Nessas, e por ter perdido o embalo, o blog ficou para trás. Assuntos não faltaram e, como já havia dito, o IOF é um gancho excepcional para uma série de temas abordados nesse blog. Quem ganha, quem perde. As finanças desvinculadas do trabalho e do emprego. O Brasil como plataforma de valorização financeira. Os lobbies. O discurso técnico dissimulando seu caráter político. O déficit em conta corrente como contrapartida do déficit fiscal que por seu turno seria causa da farra com o funcionalismo e os programas sociais. Falácias. Armínio Fraga no Valor Econômico antecipando o que talvez seja uma plataforma econômica, uma construção discursiva de Aécio Neves. Não gostei de muita coisa, seria um retrocesso.
O Presidente Lula. Confesso, bem baixinho, aqui entre nós, que estou lendo o livro do Ali Kamel, acho que chama "Dicionário Lula". É preciso honestidade intelectual: estou gostando do livro. Embora saiba-se o que nosso amigo da Globo pensa e a quem ele responde, o livro não entra em muitos julgamentos não. Ao menos finge que não, não se aprofunda, não é explícito. Tenta ser mais descritivo, levanta bolas várias para discussão. Muito interessante.
No mesmo sentido, ou seja, as palavras do Presidente, seu modo de governar, seu discurso, sua oratória, saiu no Observatório da Imprensa um artigo espetacular do Eugenio Bucci. Recomendo muito a leitura. O Presidente e sua mística, sua coalizão, seus atos e gestos, contradições, prioridades, impulsos e, especialmente seu discurso, ainda serão pano para muita manga. É uma história que ainda não terminou. Pelo contrário. As eleições em 2010 e a candidatura Dilma serão um capítulo especial de tudo isso.
No dia 5 de novembro o Presidente irá receber mais um prêmio internacional de primeiríssima grandeza. A Chatam House britânica, com toda a pompa da família real, irá homenageá-lo. O cara é um gênio da política, pergunta ou afirma Bucci. Seu discurso, especialmente para o público internacional e para seu eleitorado local, é quando se mostra mais a vontade, idealista, líder. Em suas entrevistas, no entanto, como a do Valor e a do Kennedy Alencar na Folha, transparecem os dilemas da administração do poder, da construção e institucionalização de uma prática diária.
Respostas e verdades absolutas em geral não me interessam. Fico com as perguntas. Kamel e Bucci ajudam a elaborá-las. Leiam o artigo. É coisa inteligente, coisa fina. Fiquem tranquilos. Não se trata de panegírico, de louvação. É análise, e daquelas boas, sem partir ou chegar a julgamentos definitivos.
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