terça-feira, 3 de novembro de 2009

Fogo

Outro incêndio em uma favela paulistana. Desta vez, em Paraisópolis.

Espalhando-se no Morumbi, Paraisópolis não é uma favela qualquer.

Estou devendo textos sobre urbanismo. Em SP e em Brasilia. Ontem vi um espetáculo bem alternativo, bem legal, que me lembrou dessas coisas, curiosamente. No teatro da Funarte, no Eixo, debaixo do céu infinito do cerrado, estava um pouco frio, ventava lá fora. Os corpos desfilavam no palco e eu ficava ali parado, olhando, arregalando, e a mente fugia, eu pensava na solidão do cerrado, nos candangos conterrâneos velhos de guerra, no lago sul, no setor de mansões, no centro de erradicação de invasões ceilândia, na rodoviária, e aí virava a mente e parecia caminhar pelos corredores da Esplanada, entre ternos e saias e pastas, carimbos, memorandos, discursos, circulares, elevadores, placas oficiais, assessores, gravatas, apertos de mãos, cochichos, atas e subsídios.

JK, o Supremo, o Congresso, o Alvorada.
Riacho Fundo, Samambaia, Estrutural e Paranoá.
Paraisópolis. Morumbi.

Brasilia merece uma reflexão, il faut, é preciso, fundamental, tal qual Paraisópolis e o Morumbi. Quem sabe um dia nesse blog.

Pausa.

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