sábado, 15 de agosto de 2009

Subprime Crisis

Bom, sei que muita já viu, mas, em todo o caso...

Prepare-se. Esses caras são muito bons. Gênios. Ganharam bilhões. Estavam nas capas das revistas. Eram gurus, exemplos para a juventude. Alguns de seus mais destacados colegas comandavam as finanças das principais economias do mundo desenvolvido. A porta giratória Wall Street-Treasury. Um pouco como o circuito Faria Lima/Leblon-Banco Central, às vezes Ministério da Fazenda (mas menos).

Enfim, os caras estavam com a bola toda. Sabiam tudo. Depois, perceberam que não sabiam nada. De repente, caiu a ficha de que haviam feito uma grande merda. Uma cagada gigantesca. Quebraram. Destruíram a poupança de muita gente. Causaram demissões em massa. Derrubaram governos mundo afora. E aí, amigo, subitamente seus mais destacados porta-vozes saíram anunciando o apocalipse e clamando por dinheiro público. Sim, esse abominável personagem chamado governo foi convocado para botar ordem na zona. Foram salvos a um custo brutal para os contribuintes e o resto do mundo.

Estão de volta, dizendo que tudo agora vai bem, mostrando lucros bancados pelas garantias públicas e mudanças contábeis, distribuindo novos bônus fenomenais. Já estão mais soltos, afirmam que não é necessária regulação, que os países devem preparar "exit strategies" e que tudo voltará ao normal. Aplicam, assim, o maior golpe da história.

Rir para não chorar. Self-Regulation, liberalização, abertura. Participei de debates sobre o sistema financeiro internacional na ONU nos dias 9-11 de setembro de 2008, dias antes da quebra do Lehman, quando o petróleo batia US$ 150. Um dia escrevo aqui sobre as posições então defendidas pela delegação norte-americana e o silêncio europeu, inglês e japonês.

Sem ressentimentos. Hoje os governos estão juntos para reconstruir um sistema que faliu. Mas há grandes resistências no setor privado, na academia e em alguns governos específicos. E eles têm muita grana, poder político e ideológico. Complicado.

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