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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

No Olimpo

http://youtu.be/H6jcSnT8mrQ

Nação Zumbi - No Olimpo

2013 na humildade

não sei a razão, mas não tenho conseguido embedar os vídeos mais...

 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cinema Paradiso

Cidadao Kane, Josue de Castro, Cinema Paradiso. Com bolsas de agua quente na perna, em meio a sessoes de fisioterapia e repouso, passei um fim-de-semana cinematografico. Ha males que vem para bem. Estou revendo tambem Il Bidone, Fellini no comeco da carreira.

Com o perdao de Orson Welles, Silvio Tendler, Josue de Castro e Fellini, sobre os quais poderei falar mais e mais um outro dia, certamente com enorme prazer e largos e admirados sorrisos, mas Cinema Paradiso eh uma obra muito marcante. Revi a versao ampliada. Eh um baque. Sem palavras.

http://www.youtube.com/watch?v=nXjjy-EGmb0



 

sábado, 27 de agosto de 2011

Livre-pensar é apenas pensar

Deus deveria ter espalhado câmeras no Jardim do Éden

HÉLIO SCHWARTSMAN
ARTICULISTA DA FOLHA

Num saboroso artigo publicado em "Philosophy Now", Emrys Westacott escrutina as implicações filosóficas da proliferação de câmeras de vigilância.

Em princípio, elas são perfeitas, e Deus deveria ter enchido o Jardim do Éden delas. Aí, quem sabe, Eva, quando tentada pela serpente a provar do fruto proibido, sabendo que estava sendo monitorada, tivesse tomado a decisão certa. Não haveria pecado original, queda, nem expulsão do Paraíso. Mulheres não experimentariam as dores do parto e nós não precisaríamos trabalhar. Melhor ainda, as câmaras não comprometem o livre-arbítrio, tão caro ao Criador.

A ideia central aqui é que as câmaras, ao fazer com que dever moral e interesse próprio (não ser apanhado) caminhem juntos, nos impelem a tomar as decisões certas, o que é bom para nós e para a sociedade. Aplaudiriam as câmaras filósofos como Platão e Thomas Hobbes.

É claro, porém, que em filosofia as coisas nunca são tão simples. Deus não colocou câmeras no Jardim do Éden, muito provavelmente porque Ele é kantiano. E, para Immanuel Kant, podemos fazer o que é certo ou bem por temer a sanção ou por reconhecer a racionalidade por trás dessa lei. Só no segundo caso somos verdadeiramente morais e livres. As câmeras, na verdade, até impediriam o nosso crescimento como agentes morais.

Quando calculamos os benefícios utilitários da hipervigilância, que se traduzem na diminuição de crimes e acidentes, não é difícil descartar as objeções kantianas como meras abstrações acadêmicas. Mas, de novo, as coisas não são tão simples.
Se você tivesse a chance de escolher se vai trabalhar numa empresa que monitora tudo o que você faz no computador ou numa que o deixa livre desde que cumpra as suas tarefas, qual escolheria?

Como se vê, não é tão fácil se desfazer do ideal kantiano do aprimoramento moral do indivíduo. Ele acaba sempre voltando, sob diferentes roupagens, como a liberdade.
Westacott conclui seu artigo lembrando que o contexto faz a diferença. Existem situações em que a vigilância eletrônica favorece bons comportamentos, mas, em outras, notadamente as mais privadas, como entre marido e mulher, ela estraga a ideia de desenvolvimento moral, a qual, embora utópica, funciona como uma bússola.

domingo, 24 de outubro de 2010

China-Brasil, razão e paixão

O título é meio pretensioso, mas o post, como o blog, non troppo.

Saudade do Brasil. Mas não queria estar no Brasil nessas semanas. Muitas calúnias, agressões, é uma guerra de torcidas movida a demagogia e hipocrisia. As grandes questões para os próximos não estão sendo discutidas. O debate é superficial, a marquetagem domina. Enfim, o jogo é baixo. Fla-Flu, ou nós ou eles, amor e ódio.

Tenho dito aqui, o Brasil não precisa de confronto, mas sim de diálogo. Há um cenário externo muito complicado e perigoso para os próximos anos, temos que nos prepararmos, infelizmente perdemos a oportunidade de discutir uma série de coisas nessas eleições. Tenho receio de que o clima de batalha perdure mesmo passada a eleição, isso não será nada bom.

Prefiro então, por enquanto, ficar por aqui, auto-exilado em meio aos pandas da Província de Sichuan, passeando pela herança do Reino de Shu, conquistado pela Dinastia Chin, que se desenvolveu aproveitando-se das belas planícies irrigadas pelo Yangtzé, que desce do topo no mundo, no alto do Himalaia, onde deve fazer uma friaca da porra. Descobri também que nessa região resiste uma sociedade matriarcal às margens do lado Lugu, na fronteira com a Província de Yunnan, depois quem sabe eu escrevo sobre isso.

Na China, quanto mais a gente vai mexendo, mais coisa aparece. Tudo muito interessante, o mistério, o fascínio, as descobertas, aventuras. Mas volto e retorno de onde nunca saí, fico com o Brasil tropical, estou com saudade do Brasil, tenho pensado sobre o Brasil e compartilho vídeos selecionados cheios de Brasil. São entrevistas, declarações, feitas por brasileiros e para os brasileiros, parte de nossa história, de onde bebemos o futuro, fontes de inspiração e força, Glauber, Darcy, Freire, Milton Santos, pensadores, sonhadores, é sempre um refresco ouvi-los.





terça-feira, 25 de maio de 2010

Falando em Transe...

O que dizer dessa session de nosso amigo Fela Kuti? Nigéria pós guerra civil, Calabar, à noite, sob chuva... um lance meio espiritual. Ginger Baker narrando. E há aqueles que criticam, do alto de seus momentos inesquecíveis em Londres ou Paris, a abertura de Embaixadas na África. Basta ver esse vídeo, basta ver a ginga, a música e os sorrisos, o calor humano, basta isso, para termos a certeza dos laços que unem o povo brasileiro aos povos africanos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lições chinesas

Almocei nesta semana com colegas da Embaixada e um sujeito muito interessante, Arthur Kroeber. É o editor-chefe do Dragonomics, um centro de pesquisas econômicas e também um pouco sociais e políticas a respeito da China. A formação original dele é teologia. Inteligentíssimo, bem articulado, raciocínio lógico, embora às vezes um pouco mais complexo.

Falou-se sobre muita coisa, discutiu-se, exploraram-se idéias, perspectivas, foram repassados fatos e dados recentes e outros nem tanto. Ao final, saiu a sensação de que tive duas horas realmente proveitosas.

O melhor foi dito no começo. Logo ao iniciar sua exposição sobre como via as transformações econômicas, sociais e políticas que a China vem implementando, em particular aquelas que ela necessita para manter o ritmo de desenvolvimento e certa coesão social, nosso amigo Artur veio com a seguinte pérola:

"In the short term, I mean, in the next 5 or 10 years, ...."

Fantástico. Essa é a lição número 1 em termos de China. O tempo é dilatado. E assim deve ser observada também a política internacional. Por isso, quando me perguntam sobre o Irã ou Honduras, ou outra manchetezinha de jornal, ou alguma análise de alguns bem nascidos que estão ouriçados com o upgrade recente de nosso país, eu costumo não falar muito, não me comprometo, não compro briga.

Não sabem nada. Não entendem. Dá trabalho, e requer inteligência, raciocinar como nosso amigo Kroeber. No curto prazo, quer dizer, os próximos 5 ou 10 anos. O tempo é dilatado. Não cabe na moldura da edição do jornal ou do calendário eleitoral.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Lance Espiritual

Um lance espiritual, Jorge Ben e Gilberto Gil em 1975 fazendo uma session, Filhos de Gandhi. Hoje me encaminhava para um evento daqueles formais, cheio de autoridades, discursos (em chinês) e aplausos, nos arredores de Pequim logo pela manhã, e fui ouvindo pelo caminho o CD inteiro, essa Filhos de Gandhi me levou pra longe, muito longe, talvez pro Brasil, cheguei zen ao local, recepção com pompa e circunstância, eu sorria mansamente em uma bela manhã de sol.

Um clássico, sensacional, vídeo ainda por cima com belas imagens. Vejam a descrição que está no youtube:

1975 in Rio, session of studio, way jam acoustic between two giants of Afro Brazilian, Jorge Ben, pope of the soul samba and Gilberto Gil, heavyweight of the groove of Bahia. Around the hymn of "the sons of gandhi", Afro block of bahia, Jorge and Gil get out the filling, invent a tongue.

Minimalist ten minutes in music but almost trance in the spirit.


Divirtam-se. Viva Gandhi. Viva o Brasil. A paz, a alegria e o amor. O diálogo. A serenidade. Elogio da Serenidade: Bobbio. Fica a dica.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sobre a cautela e certa humildade

V.9 O Mestre disse a Tzu-kung: "Quem é o melhor homem, você ou Hui?".
"Como eu ousaria me comparar a Hui? Quando lhe é dita uma coisa, ele compreende cem coisas. Quando me é dita uma coisa, eu entendo apenas duas."
O Mestre disse: "De fato, você não é tão bom quanto ele. Nenhum de nós dois é tão bom quanto ele."

V.20 Chi Wen Tzu sempre pensava três vezes antes de agir. Quando o Mestre ficou sabendo disso, comentou: "Duas vezes é suficiente."

Esse segundo item de nosso amigo Confúcio me recorda de quando eu era bem jovem e disputava alguns torneios de xadrez. Meu pai me aconselhava a sentar em cima da mão. Ele dizia que o tempo que levaria para tirar a mão até fazer o movimento permitiria-me pensar mais uma vez antes de fazer a jogada. Assim, evitaria cometer erros bobos, me afobar, algo típico da idade. Bom conselho.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Analectos

IV.15 O Mestre disse: "Ts`an! Uma única linha amarra todo o meu pensamento".
Tseng Tzu assentiu.
Depois que o Mestre tinha saído, os discípulos perguntaram:
"O que ele quis dizer?"
Tseng Tzu disse: "O caminho do Mestre consiste em dar o melhor de si e usar a si próprio para julgar os outros. Isso é tudo."

IV.23 O Mestre disse: "É raro que um homem apegado às coisas essenciais perca o autocontrole".

IV.25 O Mestre disse: "A virtude nunca está sozinha. Está destinada a ter vizinhos."

O caminho do bem

IV.7 O Mestre disse: "Os erros de um homem são condizentes com o tipo de pessoa que ele é. Observe os erros e você conhecerá o homem."

IV.8 O Mestre disse: "Não viveu em vão aquele que morre no dia em que descobriu o Caminho."

VI.29 O Mestre disse: "Supremo, de fato, é o Caminho do Meio como virtude moral. Tem sido raro entre o povo há muito tempo."

Confúcio, "Analectos"

"O Eu é o mestre do eu. Que outro mestre poderia existir? Tudo existe, é um dos extremos. Nada existe, é o outro extremo. Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos, e seguir o Caminho do Meio."

Buda