segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cavalcante/GO


Na despedida do Brasil, um mergulho no cerrado. Em resumo, foi muito especial. Ponto.

Na foto, um pedaço da Pousada Aruana. Dica de primeira.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Esclarecimentos, comentários, reflexões

Aos sobreviventes do blog,

Estou em processo de mudança. Pequim é bem longe. Maior trabalheira. Trampo. Correria. Lógico que deixei tudo para a última hora. Mas vai rolar, tá indo. As despedidas têm sido maravilhosas. Talvez um dos melhores períodos da minha vida. Nessas, o que já ia atrasar ficou ainda mais atrasado. Correria. Trampo. Por isso o blog tem descansado um pouco.

Aliás, Memórias, Sonhos e Reflexões não é um livro do Jung. É sua autobiografia. São portas que tenho aberto em minha vida. Caminhos. Um dia vou ler.

Comprometo-me a não ficar falando muito do Santos em 2010, senão vai monopolizar o blog. Esse ano vai ser brincadeira. O SP, time montado e experiente, já foi vencido com certa facilidade. E que golaços. E eu lá, em Barueri, feliz... Ganso, Robinho e Neymar são um espetáculo. O melhor ataque do mundo, eu arriscaria. Acorda, Dunga, junta eles com o Elano e levamos a Copa com goleada em cima de goleada.

Para não dizer que não falei das flores, seguem dois posts do nosso amigo Alon sobre o Fla-Flu Lula-FHC. Antes, não posso deixar dizer que considero positiva a candidatura do Ciro, para além da Marina. É importante ampliarmos o debate, novas perspectivas, posicionamentos, questionamentos. Ciro tem estofo, tem idéias, está preocupado com a governabilidade do pós-Lula. Aliás, na Revista Interesse Nacional, em mais uma boa edição, Zé Dirceu combate a idéia de que poderia haver uma convergência PT-PSDB. Não concordo com ele, embora ele tenha seus pontos. Enfim...

do blog do Alon

Demonização em excesso (10/02)
O político pode dar-se ao luxo inclusive de arrepender-se. Desde, é claro, que o arrependimento não implique abrir mão do que conquistou com os meios dos quais agora se arrepende


Um lance arriscado na política é pintar o adversário como algo mais defeituoso do que é. Não há artilharia de marketing que dispense, alguma hora, o uso da infantaria da informação, dos argumentos. Por isso, a longa e maciça campanha do PT para carimbar o governo Fernando Henrique Cardoso como um desastre deverá em certo momento voltar-se contra o criador.

FHC fez um governo com erros e acertos. Talvez mais acertos do que erros. Luiz Inácio Lula da Silva faz um governo melhor que o do antecessor, mas as comparações objetivas não são assim tão contrastantes, tão revolucionárias. O tucano fez privatizações bem criticáveis, como a da Vale, mas o PT no poder não reestatizou a empresa. Nem a candidata do PT diz que vai fazer isso.

A verdade é que o Brasil vem progredindo por etapas, mais rápido ou mais devagar, em especial desde a Revolução de 1930. A obra de cada presidente ergue-se sobre a herança dos anteriores. Depois de Getúlio Vargas é complicado dizer que algum tenha promovido rupturas. Talvez esse gradualismo tenha a ver com o desejo de não terem o destino do gaúcho.

Um americano, Seth Godin, relançou ano passado seu livro "All the Marketers are Liars" para reafirmar que, na opinião dele, todos os marqueteiros são mentirosos. E que o melhor marketing é a autenticidade. O exemplo recente seria Barack Obama (isso digo eu). É o político mais autêntico e transparente disponível, entre os planetariamente conhecidos.

Deu certo na campanha presidencial nos Estados Unidos, mas ainda está por dar certo no governo. A oposição republicana parece discordar radicalmente de Godin. Não propriamente no título do livro, mas na conclusão.

O PT também foi a seu tempo vítima do catastrofismo e da deturpação. Hoje recolhe os frutos de terem falhado os profetas do apocalipse. Diziam tantas barbaridades do que seria um eventual governo federal do PT que quando ele chegou ao poder a surpresa acabou sendo positiva. Aconteceu em 2003, mas teria acontecido antes, caso Lula tivesse subido antes a rampa do Planalto. A regra nos governos locais do PT pré-2002 sempre foi responsabilidade fiscal, gestão equilibrada da máquina pública e foco em benefícios estatais para os pobres. Como é agora em Brasília.

Em São Paulo, aliás, a administração Luiza Erundina (1989-92) acabou sendo tão austera que ela nunca mais conseguiu se eleger para um cargo executivo. Não foi só isso, mas teve a ver.

Prestar atenção excessiva ao que os políticos dizem em público uns dos outros é desperdício de tempo e energia. Nesse campo eles dão razão a Godin, pois mentem de modo compulsivo. O cálculo é simples: quanto mais o sujeito puder atrasar a consciência sobre a realidade dos fatos, melhor.

Se tiver sorte, na hora em que a ficha coletiva cair ele já estará sentado na ambicionada cadeira, e daí passará a administrar em posição de força o fato de ter mistificado no passado. Em geral não é tão difícil assim, pois o público quase tudo perdoa, se as coisas estiverem dando certo.

O político poderá dar-se ao luxo inclusive de arrepender-se . Desde, é claro, que o arrependimento não implique abrir mão do que conquistou com os meios dos quais agora se arrepende.

Por que FHC decidiu escrever o artigo do fim de semana em que se diz disponível para comparações entre o governo dele e o de Lula? Só ele poderá esclarecer. De qualquer modo, por mais desvantagem que o tucano leve, os números serão incapazes de chancelar a demonização promovida pelo PT e pelo governo ao longo destes sete anos. Assim, quando alguma racionalidade acabar introduzida no debate, é possível que FHC e o PSDB colham dividendos político-eleitorais.

A tática do PT é cartesiana. Como os números de Lula são melhores que os de FHC, não vale a pena promover uma volta ao passado. Simples de comunicar, mas não impossível de desconstruir. José Serra não é um fantoche de FHC, assim como Dilma está a anos-luz de ser um marionete de Lula.

Coluna (Nas entrelinhas) publicada nesta quarta (10) no Correio Braziliense.


Marina

É bom ficar de olho em Marina Silva. Seu programa de televisão quinta-feira foi muito bom. Obedeceu a um mandamento vital: autenticidade. Políticos falando no horário eleitoral (ou partidário) dão sempre a ideia de estarem lendo um texto escrito por outros. Parecem fantoches. Marina não. Ela consegue evitar o incômodo (para o telespectador).

Na era da informação abundante e disseminada, a tendência é o marketing eleitoral ser substituído pelo jornalismo. Tem que ter a musiquinha, a lagriminha, mas o central é conhecer o candidato em situação verídica. Olho no olho. É por sinal um combustível de Lula. Você pode concordar ou discordar, mas ele dá a impressão de acreditar no que diz. Mesmo quando diz uma coisa hoje e outra diferente amanhã.

E tem a questão técnica. Se o público estivesse só atrás de apuro técnico, a TV aberta não estaria tendo que trazer o YouTube para a programação. O público quer menos burilação e mais conteúdo.



Quem fez um comentário no post sobre nosso mestre Fellini poderia se identificar. Corro o risco de perder uma amizade, um amor antigo, uma pequena paixão perdida no tempo. Mande um email no antonio.freitas05@gmail.com. 09 de fevereiro. A franqueza é sempre o melhor caminho. Não me lembro, je suis desolé.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Dois a zero

Depois de Glauber e Di,

Pixinguinha e Portinari.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Prêmio Ignóbil de Economia

Está aberta a votação para o Prêmio Ignóbil de Economia. Trata-se de paródia/crítica/ironia do Prêmio Nobel. Rapidamente, você eleje o autor da maior idiotice, ou o defensor de idéias que se mostraram errôneas, falhas, até trágicas. Vale uma lida nos candidatos e as breves e engraçadas justificativas. São alguns gênios da econômia política liberal e outros espertos seguidores diretamente ligados ao complexo Wall Street-Washington.

Votei no Greenspan, no Larry Summers e no Robert Lucas. Os dois primeiros, por terem sido agentes públicos que irresponsavelmente se curvaram aos senhores da finança privada, utilizando suas posições no setor público para avançar uma agenda de interesses de uma minoria da minoria da minoria. Já o terceiro, pela hipótese do homem racional que maximiza utilidades, uma tolice apenas curiosa. Se me voltasse às artes, poderia passear por Shakespeare, só para humilhar. Na psicologia, temos Freud, Jung, etc... Enfim, homem racional é tudo que não há nesse mundo.

ps: devo muitos comentários e posts sobre as propostas do Volcker, encampadas num discurso do Obama, sobre novas e mais profundas reformas no sistema financeiro. Quem lê esse blog já tinha tudo antecipado aqui, hehehe.