domingo, 16 de agosto de 2009

A Rainha e a Crise

Nossa simpática Rainha Elizabeth, símbolo do Império Britânico, parece que foi passear na London School of Economics em fins de 2008. Papo vai, papo vem, ela fez uma pergunta inteligente, muito original, quase filosófica, algo como "Por que ninguém viu essa crise chegando?". Eu estou zoando, mas nem tanto, porque as diferentes respostas a essa perguntinha básica dão sinais bastante importantes do "onde estamos e para onde vamos".

Pois bem, um grupo de notáveis inglêses elaborou uma resposta e enviou a ela. Situaram-se mais em questões econômico-financeiras, desequilíbrios, falta de supervisão e regulação, etc... Estão corretos, enfim, há razoável convergência de diagnósticos hoje na área, o difícil é consensuar e implementar as correções necessárias.

Só que um pessoal mais crítico não gostou muito e enviou um comentário, uma outra carta, ampliando o foco. Discutem padrões de consumo, a dependência energética, danos ambientais e a desigualdade que acompanhou o crescimento mundial dos anos que precederam a crise financeira. Destaco uma frase, que devia ser uma obviedade, mas, enfim: "The distinction between quantitative 'growth' and qualitative 'development' is key."

Essa é uma questão que nem Serra nem Dilma pareciam ser capazes de colocar em debate. Mas a querida Senadora Marina Silva o fará, caso saia mesmo candidata. Vai obrigá-los, no mínimo, a falar sobre isso. Por isso fiquei muito satisfeito quando, de surpresa, soube dessa possibilidade.

Iniciei com uma Rainha e terminei com outra Rainha.

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