Estive ausente por excesso de trabalho e problemas no programinha que uso para acessar o youtube e blogs em geral. Tenho acompanhado bastante o processo eleitoral no Brasil. Tenho visto os programas eleitorais, vi o debate de domingo na Band, gostei bastante, os dois foram bem, o segundo turno os obriga a se mexer. Espero que se mostrem ainda mais, que sejam questionados, que se abram.
Lógico que há temas, como já comentei aqui, que não deveriam fazer parte do debate eleitoral. Há demagogia, inverdades, algumas calúnias, acusações pessoais, familiares, dos dois lados a coisa deu uma degringolada chata. Questões como as contas externas, o meio ambiente, o pré-sal, a reforma política, itens como o trem-bala, os investimentos para a Copa e as Olimpíadas, tudo isso é pouco discutido, e muito muito no geral, quando não estão ausentes do debate. O clima esquentou muito, perde a esfera pública, ganham as claques.
Eu não votei no primeiro turno. Não votarei no segundo turno. Explico: trabalhei numa seção eleitoral no sul da China, no segundo turno voltarei a trabalhar lá. Na verdade, fui e serei o representante da justiça eleitoral na seção, que beleza. Mas meu título eleitoral é de Pequim. Então não posso votar. Lamento, pois queria.
Por razões familiares, e por comodismo, não deveria escrever o que vem a seguir. Até por oportunismo, pois pode ser que haja uma virada. Mas vejo que o momento é delicado e há uma polarização. Aqueles que se interessam por política estão sendo chamados a se manifestar. Aqueles que, como eu, já votaram dos dois lados, e em outras circunstâncias em Ciro Gomes, Cristovam Buarque, e nessa provavelmente em Marina, estão tendo que pular para um dos lados. Apesar dos pesares, do baixo nível que a campanha atual apresenta por vezes, muitas vezes. E apesar de ambos candidatos, na minha opinião, terem história e competência para conduzir o Brasil.
Explico: não sou daqueles que vê o fim do mundo em nenhum dos casos. Independente de quem ganhar, temos que investir no diálogo, não no confronto. Torcer. Acreditar. Trata-se do processo democrático, mais do que a vitória de A ou de B.
Bom, vamos lá. Se pudesse votar, de maneira alguma seria branco ou nulo, não iria me eximir. Meu voto iria para a candidata que representa, sem sombra de dúvida, a continuidade de um projeto nacional, democrático e popular. Como bem poderia imaginar quem acompanha esse blog. Que de chapa branca não tem muita coisa, apesar de seguidos elogios à política externa brasileira. Basta ver meus comentários sobre os gênios do Banco Central. Ou sobre questões ligadas à Copa e às Olimpíadas. Assuntos sérios, fundamentais.
Enfim, meus pouquíssimos leitores hão de reconhecer que sou um idiota, eu sei. Não devia ter escrito isso, e muitas outras coisas, eu sei. Talvez alguns parentes vão querer me enforcar. Amigos vão comentar. Hewentalittlefunnyinthehead. Sei, sei bem, que o clima é de guerra, particularmente em SP. Mas fiquem tranquilos. Quase ninguém lê esse blog. Eu tenho os números. É coisa de 3 por dia, às vezes 5, e creio que muitas vezes os mesmos. Mas foi crescendo um sentimento e não dá pra esconder. É preciso descer do muro.
Meu voto seria para Dilma Rousseff, por certamente representar a continuidade de um projeto maior de nação. É claro que me preocupo com sua falta de experiência administrativa, com sua possível inabilidade, com denúncias de corrupção que não são devidamente conduzidas, com a maneira como o Congresso é e será levado, com seu temperamento forte, e as pressões que sofrerá, num Brasil que precisa de diálogo. Mas votaria nela, não tenho dúvidas disso.
Sou um idiota, eu sei. No curto prazo, em termos profissionais, que no meu caso são quase termos pessoais, o melhor seria a vitória do Serra.
Enfim, na China também há um idiota que ousou falar o que pensa. Ganhou o Nobel, mas tem apenas uma hora de sol por dia e está afastado de sua mulher. Estarei bem, para onde quer que a onda vá. Assim espero com o Brasil.
Falei outra coisa que não devia falar... fim.
sábado, 16 de outubro de 2010
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