...no Brasil em 3 de outubro de 2010. É evidente que avançamos. É evidente que em comparação com a maior parte dos países do mundo, estamos bem na foto. Mas há muitos problemas, há uma longa estrada, passo a passo, com calma, respiração pausada e prolongada, ponderação, bom senso. Os dados da PNAD 2009, recém divulgados, nos dão uma série de pistas. E as questões da estrutura política, dos sistemas judiciário e eleitoral, do financiamento da economia brasileira, da prevalência de um setor rentista, da violência urbana, da (falta de) convivência social, da educação, são todas de fundamental importância.
Sim, brindemos à democracia brasileira, à melhoria das condições de vida da população, ao aumento do emprego e da renda, à queda da desigualdade, à importância de um Brasil presente nos grandes temas da política internacional. Mas não nos percamos em perigosas euforias. Por ora, cansado após um longo e bem sucedido dia, fico com uma frase de hoje no jornal que de tão pitoresca e cômica parece coisa de frasista, de humorista, mas é uma constatação de um cientista político, no microcosmo da realidade cotidiana, na qual nossa mais alta Corte divaga por longas horas em linguagem hermética para concretizar, num labirinto de interpretações, o nada (ficha limpa vale ou não vale agora?)ou mesmo a negação do que havia sido aprovado pelo Poder Legislativo no ano passado (exigência de título eleitoral, mas qual a razão de terem aprovado isso?).
O ponto é: faltando dias para a eleição? Por que tanta demora? Quais os caminhos, ou descaminhos, da piada pronta?
Apesar de tudo, avançamos. Mas há muito o que fazer. Bom, enfim, fiquei na obviedade. Até amanhã.
"O Brasil é um país tão excêntrico que, a três dias da eleição, ninguém sabia como votar, e, hoje, não sabemos direito em quem podemos votar."
DO CIENTISTA POLÍTICO RUBENS FIGUEIREDO, analisando a reviravolta quanto à documentação necessária para votar e a indefinição sobre os atingidos pela Lei da Ficha Limpa.
domingo, 3 de outubro de 2010
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