Eis um fato relevante: O Blog do Antônio nos informa que o Clube da Esquina abriu uma filial na CHINA. Hoje é Domingo. Livre dos afazeres, resolvi comentar este assunto cuja relevância transcende as plataformas e tubos de petróleo com que me ocupo regularmente, mas começam a ameaçar a pureza dos oceanos. Quero falar sobre o mar de Ipanema, sua brisa, sua música. Há cinqüenta anos que minha geração caminha incansável, pelas areia das praias do Rio, à procura da Garota de Ipanema. Caso a tivéssemos encontrado, ainda nos primeiros passos, teríamos conhecido uma menina que, hoje, beiraria os 70 anos. O que mudou? Pouco mudou. A brisa que limpou nossa geração do antigo bolor acumulado, continua soprando, mantendo nossas mentes arejadas e atentas às novas formas de expressão, trazidas do outro lado do oceano. De onde virá essa lufada de ar fresco que, incansável, a tudo transforma? Música, estética, arte, costumes, tudo parece mudar – para melhor – com a direção do vento. Tudo mudou. Tornamo-nos uma geração imune às infecções impostas pelo vírus da intolerância. Não vemos mais homens e mulheres como aqueles que faziam chorar os “milongueiros” argentinos, mas sim como os que fizeram cantar nossa geração. Homens e mulheres gradativamente se fundiram tornando-se pessoas (no sentido literal, é claro). Aquela menina transformou-se numa sofisticada senhora que ganhou o mundo. Viajou por outras terras, banhou-se em outras praias, amou amores inesperados, enfim assume sua feição definitiva. Juntou-se à jovens de outrora, transformou-se em uma espécie de “patrimônio da humanidade”. Assim como La Pietá, Mona Lisa, Catarine Deneuve, Liz Taylor e outras tantas que se mantêm belas apesar do tempo. Juntando o frescor da música de Tom Jobim, com a sofisticação dos Irmãos Gershwin, o maestro Paulo Moura – um brasileiro de pele africana - nos mostrou, recentemente, o que pode acontecer quando duas Musas Eternas se encontram. Ao ouvir as faixas do CD “Prá La” e Prá Ca”, mister se faz desligar a luz e apurar o ouvido. Sentir no rosto a brisa de Ipanema misturada ao perfume suave das árvores do Central Park. Pode parecer reflexão de suicida, mas é preciso pensar direitinho nessa estória do Pré-Sal, evitar que a mudança dos ventos empeste a China com cheiro de óleo. Miguel (09 de maio de 2010
Eis um fato relevante: O Blog do Antônio nos informa que o Clube da Esquina abriu uma filial na CHINA.
ResponderExcluirHoje é Domingo. Livre dos afazeres, resolvi comentar este assunto cuja relevância transcende as plataformas e tubos de petróleo com que me ocupo regularmente, mas começam a ameaçar a pureza dos oceanos. Quero falar sobre o mar de Ipanema, sua brisa, sua música.
Há cinqüenta anos que minha geração caminha incansável, pelas areia das praias do Rio, à procura da Garota de Ipanema. Caso a tivéssemos encontrado, ainda nos primeiros passos, teríamos conhecido uma menina que, hoje, beiraria os 70 anos. O que mudou?
Pouco mudou. A brisa que limpou nossa geração do antigo bolor acumulado, continua soprando, mantendo nossas mentes arejadas e atentas às novas formas de expressão, trazidas do outro lado do oceano. De onde virá essa lufada de ar fresco que, incansável, a tudo transforma? Música, estética, arte, costumes, tudo parece mudar – para melhor – com a direção do vento.
Tudo mudou. Tornamo-nos uma geração imune às infecções impostas pelo vírus da intolerância. Não vemos mais homens e mulheres como aqueles que faziam chorar os “milongueiros” argentinos, mas sim como os que fizeram cantar nossa geração. Homens e mulheres gradativamente se fundiram tornando-se pessoas (no sentido literal, é claro).
Aquela menina transformou-se numa sofisticada senhora que ganhou o mundo. Viajou por outras terras, banhou-se em outras praias, amou amores inesperados, enfim assume sua feição definitiva. Juntou-se à jovens de outrora, transformou-se em uma espécie de “patrimônio da humanidade”. Assim como La Pietá, Mona Lisa, Catarine Deneuve, Liz Taylor e outras tantas que se mantêm belas apesar do tempo.
Juntando o frescor da música de Tom Jobim, com a sofisticação dos Irmãos Gershwin, o maestro Paulo Moura – um brasileiro de pele africana - nos mostrou, recentemente, o que pode acontecer quando duas Musas Eternas se encontram. Ao ouvir as faixas do CD “Prá La” e Prá Ca”, mister se faz desligar a luz e apurar o ouvido. Sentir no rosto a brisa de Ipanema misturada ao perfume suave das árvores do Central Park.
Pode parecer reflexão de suicida, mas é preciso pensar direitinho nessa estória do Pré-Sal, evitar que a mudança dos ventos empeste a China com cheiro de óleo.
Miguel (09 de maio de 2010