terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Três casos

Como já coloquei aqui, não gosto de ficar zanzanzando pelo dia-dia, ainda mais com a torpeza moral correndo solta por aí. Mas vou dar pitacos rápidos sobre casos que estão na ordem do dia.

Caso Battisti: Penso que o Presidente deveria mandar esse cara para a Itália. Já encheu o saco por aqui. Sabia dos riscos que corria à época. Sabe do sangue correu por suas atividades. Então que vá embora. Esse cara não vale o preço que estamos pagando em termos de tempo e paciência.

Honduras: O Zelaya é um fanfarrão e prejudicou sua própria causa. Circunstâncias da política externa norte-americana também. O Brasil foi levado a se envolver demasiadamente na brincadeira, acabou tendo que dobrar apostas e agora creio que terá que recuar. Vamos reconhecer logo esse novo governo e tocar a bola para frente. E arrumar um jeito de evitar que o Zelaya sofra alguma perseguição. Agora, lamentavelmente houve um golpe que passou batido, vamos ficar com essa mancha recente na América Latina, região tão massacrada por sucessivos golpes militares. Péssimo exemplo em Honduras mas, enfim, não dá para brigar com os fatos, houve eleições, o Zelaya esticou a corda demais, os países da região parecem divididos e o povo local precisa de normalidade institucional para retomar o caminho do desenvolvimento.

Com relação ao Presidente do Irã, não vejo problema algum em recebê-lo. Se considerarmos que ele chegou na sequência do Presidente de Israel e da Autoridade Palestina, acho que isso foi sim um golaço da diplomacia brasileira. Diplomacia é isso, conversar. Não ficar só no clubinho de amigos, de vizinhos, daqueles que estão em geral conosco. Política externa é inter-estatal. Não se trata de falar com A ou não falar com B, eu gosto de A mas não gosto de B. Isso é demagogia. Falso moralismo. O Irã é uma grande civilização do Oriente Médio. Uma potência regional. Não podemos falar com eles porque algumas pessoas não vão gostar? E daí?!?!

Creio que caso a oposição vença em 2010, poderemos ver na política externa o mesmo que aconteceu com a política macroeconômica em 2003: as linhas mestras permanecerão, apesar de toda a retórica meio demagógica/eleitoral que antecede o pleito. Ou devo supor que o governo do Serra cortaria relações com o Irã, a China, o Egito, a Arábia Saudita, Cuba, o Sudão, os EUA caso voltassem às fraudes de Bush II, etc? Vamos invadir os pobres vizinhos da Bolívia e do Paraguai? Abdicar da candidatura ao Conselho de Segurança? Acabar com o Mercosul? Desistir de reformar o FMI e o Banco Mundial? Diminuir as relações com a África e o Cone Sul? Abraçar as causas das velhas e decadentes potências européias? Acho que não. Menas, né. Menas hipocrisia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário