segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A sabedoria dos grandes mestres


Retomo Volcker, é preciso. Ele nos quebrou na década de 80, é fato. O dólar é a moeda dos EUA, mas problema do resto do mundo. Volcker levantou os juros a cerca de 20% anuais. Foi a reafirmação da centralidade do dólar, um marco no estabelecimento do sistema monetário internacional dólar-flexível, Bretton Woods II, sem um lastro que não fosse o poderio militar, tecnológico, industrial, econômico e cultural dos EUA. A emissão da moeda reserva, o controle da liquidez mundial, privilégios mais do que exorbitantes, mas um fato da realidade. Não sabemos como poderia ter sido de outra forma.

Subiu os juros lá em cima e nossa pobre América Latina, endividada em moeda estrangeira a taxas flutuantes, quebrou. A casa caiu. Com a falência dos países, entraram o FMI e o Banco Mundial com suas reformas "modernizantes", empréstimos cheios de condicionalidades, intrusivos, uma tragédia que foi reforçada com o momento unipolar possibilitado pela queda da URSS.

Não consta que Volcker tenha perdido algum minuto de sono por causa dos descaminhos de nuestra pobre Latino América. Enfim, toda essa introdução pretensiosa, high high politics, the highest one, para chamar a atenção novamente para nosso amigo, simpático velhinho da foto, conselheiro econômico do Presidente Obama, que vem saindo da toca onde se encontrava, ainda com boatos de que não é ouvido para nada na Casa Branca. Ele concedeu uma belíssima entrevista aos alemães do Der Spiegel.

Volcker está preocupado: a) com o futuro dos EUA, a economia, a competitividade, a dívida; b) com as estripulias de Wall Street, a prevalência da esfera financeira sobre a produção e a falta de avanços no campo regulatório. Sutilmente, diplomaticamente, com grande maestria, nosso amigo velho sábio mostra que está incomodado com algumas coisas. Confiram...

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