quarta-feira, 9 de junho de 2010

Forró em Xangai



Xangai é uma cidade única, com modernos e enormes prédios e um visual espetacular. Mais despojada que Pequim, bem mais, mais cosmopolita, aberta, creio que feliz. Culturalmente, é certo que não é tão interessante, embora sua arquitetura tenha diversos traços mais antigos misturados à herança da ocupação estrangeira em meio a arranha-céus sensacionais. Mas é certo que culturalmente Pequim oferece muito mais, é a capital do Império. O clima em Xangai, porém, é mais gostoso, mais quente, mais úmido e as pessoas nas ruas me parecem mais soltas, retomando, despojadas mesmo.

Fui a lugares muito interessantes, jantei em restaurantes com vistas magníficas, fui numa balada com um visual sensacional, num bar com música ao vivo muito gostoso e até num forrozinho brasileiro fui parar. Xangai tem uma vida noturna certamente mais interessante. E mais brasileiros, mais latinos, mais ocidentais. É uma cidade rica, de negócios, de turismo, e por isso também um pouco mais superficial, segundo me explicaram algumas pessoas que lá conheci. Vale muito uma visita, mas pra morar, se somar tudo, acho que Pequim acrescenta bem mais. Ainda mais no meu trabalho, sem comparação...

Sobre a Expo: é legal e tal, tudo meio impressionante, mas não acho muita graça nesses pavilhões, nessas exibições todas. Pra falar a verdade, não tenho a menor paciência. Se quer conhecer sobre um país, leia um livro, vá visitá-lo, não perca seu tempo na Expo. São estereótipos e alguma gracinha visual.

O Dia do Brasil na Expo foi 3 de junho. Durante a semana, tivemos seminários, debates, visitas, almoços, jantares, cerimônias, aplausos e discursos. Sim sim sim. Muito interessante. Mas o que valeu mesmo foram os shows. Martnália mandou bem no showzinho rápido da cerimônia oficial de abertura, com a presença dos Ministros Mantega e Xie Xuren (Finanças/China). Colocou uma sobrinha dela pra dançar na frente dos caras... dançar daquele jeito sensual... vizi... E depois o Carlinhos Brown que aprontou suas brincadeiras pela manhã. Showzinhos rápidos, 15 minutos cada. Uma palhinha.

À tarde, sim, Martnalia entra no auditório central. Umas 2 mil pessoas lá. Todo mundo sentadinho nas poltronas vermelhas aveludadas. Primeira música, sentados. Segunda música, sentados. Terceira música e uns mais animados foram pro canto do palco dançar. Logo chegaram outros. E mais outros. E mais alguns. Foi uma boa bagunça, showzaço com direito a Aquarela do Brasil, clássico em excelente versão.

Depois, 20hs, vem o Carlinhos Brown. Auditório lotado, todo mundo sentadinho. Desta vez, porém, já ninguém mais guardava o lugar do ingresso, todo mundo sentou onde quis. Eu estava logo na primeira fila, hehe. Primeira música, meio que um aquecimento espiritual, lenta e longa cantoria. Segunda música, "uma brasileira", aquela do paralamas, "one more time-ime-ime". Putz, geral já se levantou e grudou no palco. Terceira música, tudo lotado na frente do palco. Auditório de pé. A imprensa noticiou que a segurança ameaçou parar o show. Pra que. A zona tava só começando.

Em resumo, foram quase 2 horas de uma puta bagunça. Brasileiros, uruguaios, argentinos, latinos em geral, franceses, outros europeus, galera tomou conta e o Carlinhos Brown comandou. O cara só não fez chover. Entre outras coisas, desceu do palco pra cantar em meio ao pessoal. Fazia o povo correr de um lado para o outro. Desceu novamente e saiu correndo para o fundo do auditório. Deu a volta com uma multidão seguindo-o. Causou, para espanto dos chineses. Muitos entraram na confusão. Outros não acreditavam, mas curtiam. A brasileirada, uns 30% do público, sei lá, passou mal de alegria.

E olha que não rolava bebida, apenas umas latinhas contrabandeadas que não duraram 5 minutos.

À noite, encontramos Martnalia na balada com vista espetacular, playboyzada de Xangai e uma linda bandeira da China tremulando. Falei com a Martnalia. Agradeci a ela. Rimos juntos. Demos gargalhadas. Maior astral. Ganhei um meio-selinho da gata, hahah, foi assim na trave. É sério. Quem conhece ela, e me conhece, deve imaginar como foi engraçado. No dia seguinte, Pavilhão da cidade de SP, shows do Zimbo Trio e do Clube do Balanço. À noite, nova noitada, o Clube do Balanço apareceu pra tocar. Um barzinho sossegado, coitado, a brasileirada impregnou e acabou fechando às 5 da matina. Muitos brasileiros haviam vindo apenas para as cerimônias e eventos da semana. Bem legal. Na noite seguinte, forrozinho que ninguém é de ferro.

Forrozinho então pra terminar... com o mestre falando de sua relação com o pai Januário.

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